domingo, 30 de dezembro de 2012

Marcelo Duarte

O próximo convidado do Projeto Encontro com o Autor é Marcelo Duarte. Será no dia 26 de fevereiro, na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. Mais informações em breve. Enquanto isso, conheça o site Guia dos Curiosos. 


terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Livreiro do Alemão em BH

LAURA GODOY
Especial para O Tempo
 
 

Do alto da comunidade Caracol, no Rio de Janeiro, o escritor Otávio Júnior observa o movimento no início da tarde de segunda-feira. "Houve um tempo em que era impossível contemplar esta paz total", diz. Ele se refere à vida antes da tomada dos complexos do Alemão e da Penha em 2010, quando a polícia ocupou os morros e passou a reprimir o tráfico de drogas.

Otávio está em casa. Nasceu, cresceu e vive na área que reúne cerca de 400 mil moradores e era uma das regiões mais violentas do Rio de Janeiro. 

Aos 27 anos, há dez anos ele coordena o projeto "Ler é 10 - Leia Favela", que democratiza a leitura entre crianças e adolescentes da comunidade. Além disso, é ator, produtor e escritor e lança hoje em Belo Horizonte "O Livreiro do Alemão", publicação da Panda Books que traz no título o apelido pelo qual ele ficou conhecido. O evento na capital é parte do projeto "Encontro com o Autor", viabilizado pelo Fundo Municipal de Cultura. 

O livro é autobiográfico. Conta a história de Otávio desde a infância, quando ainda era um "leitor adormecido" por desconhecer o universo literário. Um dia, impedido de jogar futebol, o menino, filho de um pedreiro e de uma dona de casa, foi embora do campo desanimado. Mas, no caminho, se deparou com uma caixa cheia de brinquedos abandonados. O grito de surpresa foi tão alto que atraiu as crianças que estavam em volta do campo. "Deu tempo apenas de pegar um livro que estava ali: ‘Don Gaton’", relembra. A partir desse conto espanhol, Otávio se tornou um leitor voraz. 

E não parou por aí. Começou a frequentar bibliotecas, conseguiu bolsas de estudo para cursos de teatro, literatura e cinema e lia, sempre, tudo que aparecia pela frente. Nada egoísta, resolveu que era hora de compartilhar com a comunidade o que tinha aprendido. Com uma mala velha nas mãos, levava às casas dos vizinhos livros diversos, montava espetáculos de teatro e mobilizava a meninada na hora da "contação" de histórias. "Sei, por experiência própria, que as crianças daqui têm uma visão muito estreita do mundo. Quase não saem da favela. Foi a leitura que me libertou dessa prisão", relata. 

Aos poucos conquistou a confiança de instituições e moradores. Depois participou do quadro "Agora ou Nunca", do programa "Caldeirão do Huck", da Rede Globo, e ganhou R$ 10 mil. O projeto deslanchou. 

Atualmente, o Ler é 10 - Leia Favela conta com o apoio de dois mantenedores e já atendeu mais de dez mil crianças. O passo mais recente foi a inauguração da "Barracoteca" Hans Christian Andersen, primeira biblioteca dos complexos da Penha e do Alemão batizada com o nome do autor de clássicos como "O Patinho Feio" e "A Roupa Nova do Rei". Com apoio do Ministério da Cultura, o barracão simples na comunidade Caracol, que ainda está em fase de testes, ganhou computadores, estantes e livros, que hoje já somam quase 7.000. 

O convite para escrever "O Livreiro do Alemão" (que, como os contos de fadas, começa com "Era uma vez....") veio da editora Panda Books. "Com o dinheiro que ganho dos direitos autorais ajudo a manter o projeto, que também recebe doações de livros de todo o Brasil", comemora. 

O próximo passo de Otávio é investir ainda mais na biblioteca móvel e percorrer as 22 comunidades da região. "Meu sonho é criar aqui a maior biblioteca a céu aberto do mundo", conta. Agora, o escritor está prestes a enfrentar outro desafio: foi convidado para participar da novela "Salve Jorge", da Rede Globo, interpretando um personagem que mudou a vida da comunidade carioca onde vive: ele mesmo, o Livreiro do Alemão. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Encontro com o Autor: Otávio Júnior

O livreiro do Alemão, com Otávio Júnior

6 de novembro, terça-feira, às 17h30min

Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
Rua Carangola, 288, térreo, Santo Antônio

Inscrições gratuitas e informações no formulário à direita

* os primeiros 50 inscritos receberão o livro do autor, “O livreiro do Alemão”, da Panda Books.

Otávio Júnior contará sua história, a trajetória de uma criança que no meio do lixo encontrou um livro e, desde então, não parou mais de ler. É idealizador e realizador do projeto Ler é 10: Leia Favela, que incentiva a leitura de crianças e jovens nos conjuntos de favelas do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Também escreve contos, roteiro de histórias em quadrinhos e poemas infantojuvenis.

domingo, 28 de outubro de 2012

O livreiro do Alemão

O próximo convidado do projeto Encontro com o Autor é Otávio Júnior, o Livreiro do Alemão. Saiba mais ele na entrevista abaixo. Em breve mais informações sobre data e horário do encontro.



Otávio Júnior, idealizador e realizador do projeto Ler é 10 – Leia Favela, que incentiva a leitura de crianças e jovens nos conjuntos de favelas do Alemão e da Penha, deixa um pouco – e apenas um pouco – de lado a leitura e lança seu primeiro livro como autor. O título da obra, O Livreiro do Alemão, se deve ao apelido que ganhou por conta do projeto que realiza há 10 anos. Otávio tem apenas 27 anos e além de contador de histórias, é ator e produtor teatral. Desde 1998, então com 15 anos, atua junto a crianças e à literatura. Além de incentivar a leitura, também escreve contos, roteiro de histórias em quadrinhos e poesias infanto-juvenis.

No livro que acaba de lançar, Otávio conta sua história, a trajetória de uma criança que no meio do lixo encontrou um livro e, desde então, não parou mais de ler. A leitura também o “libertou”, como conta na obra: “Sei, por experiência própria, que as crianças daqui têm uma visão muito estreita do mundo. Quase não saem da favela. Tudo é perto. A escola, a igreja, o campo de futebol, o mercadinho, as ONGs. Muitas nem conhecem a praia. Ficam presas aqui  dentro. Foi a leitura que me libertou dessa prisão”.
Posso dizer que tive uma infância feliz e que hoje me sinto realizado ao fazer um trabalho de incentivo à leitura com gente da minha comunidade

Depois que teve seu contato com a literatura, Otávio passou a promover a leitura dentro da sua comunidade. Ao frequentar bibliotecas, eventos literários, saraus, achou que poderia levar essas atividades para dentro da sua comunidade. Foi aí que surgiu o projeto. Ao contrário do que grande parte das pessoas possa imaginar, Otávio se sente feliz em morar no Alemão. “Posso dizer que tive uma infância feliz e que hoje me sinto realizado ao fazer um trabalho de incentivo à leitura com gente da minha comunidade”, diz na apresentação do livro.

Sobre o processo de escrita do livro, Otávio conta que foi interessante por relembrar histórias de sua infância e de seus primeiros contatos com a literatura e de como isso mudou sua vida. Abaixo a entrevista com o livreiro do Alemão.

Otávio Jr. Foto: Divulgação
Otávio Jr. Foto: Divulgação
Como surgiu a ideia do Ler é 10 – Leia Favela?
Depois de meu primeiro contato com a literatura, me interessei pelo assunto de promoção de leitura e visitei várias bibliotecas, feiras de livros, saraus e eventos literários. Tive a ideia de levar esses eventos para a favela, com uma linguagem bem comunitária e com o objetivo de democratizar o acesso aos livros nas favelas, tudo isso atrelado a atividades socioedagógicas, pois não basta dizer que ler é legal, tem que mostrar os sabores e os benefícios. 

O projeto nasceu com a finalidade de assessorar os projetos sociais e escolas nas comunidade. Com a nossa metodologia de mediação de leitura, o Ler é 10 hoje é um centro de pesquisas na prática da leitura em favelas. Nosso público alvo são crianças, mas vamos estender para jovens e futuramente para adultos.


Otávio Jr. durante oficinas do projeto Ler é 10, no conjunto de favelas do Alemão. Foto: Divulgação.
Otávio Jr. durante oficinas do projeto Ler é 10, no conjunto de favelas do Alemão. Foto: Divulgação.
Como é o financiamento do projeto?
O projeto possui dois fieis apoiadores, o Instituto Kinder do Brasil e Afeigraf. Porém as ações são numerosas, a demanda de atividades é muito grande devido ao tamanho dos Complexos da Penha e do Alemão. Nosso sonho é levar livros para todas as comunidades dos complexos, enquanto isso usamos a criatividade para fomentar a leitura com grupos escolares, em casa de moradores, com a biblioteca itinerante.

Como é a receptividade das crianças e dos jovens que participam das oficinas?
Esse reconhecimento é muito caloroso, vejo que as crianças têm gosto pelo conhecimento, pelo novo, e eu sou esse agente, que vai mostrar isso, então elas devolvem com carinho. 

O Ler é 10-leia favela virou um laboratório de pesquisas, eu sempre me capacitei, fiz workshops, participei de congressos e seminários de promoção de leitura e uso a criatividade da própria literatura para criar atividade lúdicas. Esse é o diferencial do projeto, as atividades de mediação, que levam as crianças a pensar, a desenvolver o raciocínio rápido e lógico. Então não é só levar livros, tem que ter bases em pesquisas e usar a criatividade.

Sobre o livro O livreiro do Alemão, que está lançando. Como foi o processo de escrita? O processo foi bem saboroso, me fez relembrar histórias de infância, o meu primeiro contato com o livro, a minha infância na favela, os amigos que se foram, a violência das décadas de 1990 e 2000. Enfim, conto a transformação social que vive através da leitura e como o livro mudou a minha vida.
Como se deu o seu contato com a editora? Foi um convite bem bacana da editora Panda Books, que eu já conhecia e admirava tanto pelo trabalho da editora, como porque enviavam livros para o projeto Ler é 10, desde que mandei um release sobre o projeto. Depois disso veio a idiea de fazer o livro, um grande presente e incentivo para seguir com o trabalho.

Fale um pouco sobre o livro, das histórias que você conta?
Foi um trabalho de memórias. O livro é todo baseado em memórias de um jovem que vive em uma grande favela, que tem amor pelos livros e mesmo sofrendo várias dificuldades tem que se superar diariamente. Bom já contei muito, não vou contar muitos detalhes para o leitor se surpreender.

Qual a importância da leitura para a formação das nossas crianças e jovens hoje, em especial para os moradores da favelas e periferias?
A leitura é tudo, a sociedade tem que se conscientizar e democratizar o conhecimento. Enquanto tem muita gente que quer retê-lo, passando de geração em geração, nossa proposta é quebrar esse pensamento e formar uma comunidade mais consciente, o livro tem esse poder.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Encontro com Alice Ruiz

Ontem à noite pudemos ouvir Alice Ruiz falando sobre poesia na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. Ao final, tivemos a participação especial dos Arautos da Poesia, um projeto da Borrachalioteca,  de Sabará.
Confiram as fotos.

Alice Ruiz e sua relação com a escrita literária
O público lotou o auditório da BPIJBH


Os Arautos da Poesia encantaram...

Equipe do projeto e a escritora: Felipe Mayrink, Alice Ruiz, Cleide Fernandes e Luiz Fernando Campos
E aguardem nosso próximo Encontro com o Autor!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Inscrições encerradas

Informamos que as inscrições para o Encontro com Alice Ruiz estão encerradas.

Aguarde nosso próximo convidado!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Projeto Encontro com o autor recebe Alice Ruiz em BH

Fonte: O Tempo Online
Alice Ruiz - Foto de Flávia Diab/divulgação

O projeto 'Encontro com o autor' convida a escritora Alice Ruiz para a palestra “Três jeitos de poesia”, no dia 4 de setembro, terça-feira, às 19h, na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. a autora receberá o público e conduzirá um bate-papo sobre um de seus últimos livros, Jardim de Haijin (Iluminuras, 2010).

As inscrições gratuitas e com vagas limitadas podem ser feitas pelo site encontrocomoautor.blogspot.com. Os cinquenta primeiros inscritos ganharão um exemplar do livro.

Durante a palestra, Alice Ruiz discutirá as semelhanças e diferenças entre as três formas poéticas que mais produz: poema, haicai e letra de música. Em Jardim de Haijin, que conta com ilustrações de Fê, a escritora entende o haicai como um exercício fundamental para que o poeta saia de si e se concentre no mundo.

Para Alice, as palavras precisam se despojar dos sentidos acumulados ao longo da história para refazer a experiência humana a partir de um olhar inédito. E nasce uma espécie de gramática do jardim. Flores, folhas e árvores são substantivos. Vento é verbo. Chuva também. O ponto de partida do livro é o jardim, uma composição de elementos naturais emoldurada pela escrita da artista.

Alice Ruiz
A poetisa, letrista e haicaísta curitibana Alice Ruiz, 66 anos, começou a escrever contos aos nove e versos aos 16. Aos 26 anos, publicou pela primeira vez seus poemas em revistas e jornais culturais. Já o primeiro livro, Navalhanaliga, foi lançado quando tinha 34 anos. Destacou-se também na criação de haicais e traduziu obras do gênero do japonês para o português. Além disso, compõe letras há 40 anos, com diversas canções gravadas por parceiros e intérpretes.

Alice publicou, até agora, 21 livros, entre poesia, traduções e uma história infantil. Além de Navalhanaliga, destaque para Paixão xama paixão, Rimagens, Vice versos, com o qual ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia em 1989, e Dois em um, premiada novamente com o Jabuti, edição 2009.

Projeto Encontro com o autor
Viabilizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o projeto Encontro com o autor promove palestras e lançamento de livros e propõe a valorização e disseminação da leitura e escrita como práticas culturais. Os encontros pretendem estimular a discussão de temas sobre formação de leitores. As atividades acontecem em bibliotecas e centros culturais de Belo Horizonte até o final de 2012. A programação é gratuita.
 
Serviço
Alice Ruiz
Data: 04 de setembro de 2012, terça-feira, às 19h
Local: Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BH - Rua Carangola, 288 – Santo Antônio
Palestra: “Três jeitos de poesia”. 
Inscrições pelo site encontrocomoautor.blogspot.com
Livro: Jardim de Haijin (Iluminuras, 2010, 64 páginas)
Entrada Franca

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Encontro com Yolanda Reyes

A abertura do Projeto Encontro com o autor foi um sucesso. Mais de 130 pessoas lotaram o auditório da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte para ouvir a escritora e pesquisadora colombiana Yolanda Reyes. 
Agradecemos a todos que estiveram presentes e nos ajudaram a fazer deste primeiro encontro um grande sucesso! Agradecemos também à Fundação Municipal de Cultura e à Book pelo apoio ao projeto.

E aguardem o nosso próximo encontro.


Yolanda Reyes

Auditório lotado

Os participantes puderam contar com tradução simultânea


Yolanda autografando o livro Ler e brincar, tecer e cantar, distribuído gratuitamente  para a maioria dos participantes.

Equipe do projeto com a palestrante Yolanda Reyes; da esq. para direita: Felipe Mayrink, Yolanda Reyes, Cleide Fernandes e Luiz Fernando Campos.



segunda-feira, 18 de junho de 2012

A casa imaginária


"(...), 'oferecer leitura' às crianças menores pode contribuir para a construção de um mundo mais equitativo, propiciando a todos as mesmas oportunidades de acesso ao conhecimento e à expressividade desde o começo da vida. Não fomentamos a leitura para exibir bebês superdotados, e sim para garantir em igualdade de condições o direito a todo ser humano de ser o sujeito da linguagem: de se transformar e transformar o mundo e de exercer as possibilidades que proporcionam o pensamento, a criatividade e a imaginação."

REYES, Yolanda. A casa imaginária: leitura e literatura na primeira infância. São Paulo: Global, 2010. p.16


domingo, 17 de junho de 2012

Ler e brincar, tecer e cantar


"(...) a literatura deve ser lida - vale dizer: sentida - a partir da própria vida. Quem escreve deve estrear as palavras e reinventá-las a cada vez, para lhes imprimir sua marca pessoal. E quem lê recria esse processo de invenção para decifrar e decifrar-se na linguagem do outro. É esse o processo complexo que implica, para dizer o mínimo, dois sujeitos, com toda a sua experiência, com toda a sua história, com suas leituras prévias, com suas sensibilidades, com sua imaginação, com seu poder de situar-se para além de si mesmos. Trata-se de uma experiência de leitura complexa e, deve-se dizer, difícil. Mas passível de ser ensinada. E, para ensiná-la, convém partir de sua essência." 

REYES, Yolanda. Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. São Paulo: Pulo do Gato, 2012. p.26.

As inscrições continuam abertas, mas as vagas são limitadas.

terça-feira, 12 de junho de 2012